HOSPITAL - IV
Era muito
complicado fazer a fisioterapia com aquela sonda enfiada no nariz, pois não é
que um dia no meio da sessão, sem querer,
é lógico, o Nícolas arrancou a
sonda, minha mãe foi falar com a enfermeira, disseram que eu iria colocar a GTT
(sonda gástrica, aquela que fazem um furo na barriga e a sonda entra direto no
estômago) no dia seguinte, então fiquei sem “comer ou beber” até a manhã
seguinte.
Me lembro de ir
colocar a GTT, na sala do médico colocaram algo na minha veia, dormi, acordei
no quarto sei lá quanto tempo depois, nos primeiros dias tomava analgésico , doía
bastante aquele furo, depois passou, nem sentia.
Sem a sonda do
nariz e podendo “comer” a Aline minha prima me perguntou se eu confiava nela
pra ela fazer a minha dieta, que pergunta né?
Um fato bem
engraçado , e esse eu me lembro muito bem, foi um dia que me levaram pro banho,
minha mãe sempre ia junto, ela ficava segurando minha cabeça, e cuidando pra
não entrar água na tráqueo. Ela avisou as enfermeiras que eu estava escorregando,
aceleraram o banho, quando já estava no quarto, do lado da cama, minha mãe
gritou :- “ Ela vai cair, não consigo segurar”, fui escorregando na cadeira e
minha perna entalou no buraco da
cadeira, sabia que ia cair, sentia que estava entalada e não conseguia fazer
nada, fiquei nervosa e minha respiração ficou muito ofegante, disse a minha mãe
que eu estava roxa, nesse momento entrou uma segunda enfermeira no quarto e
quando viu a cena saiu correndo pelo corredor gritando que eu estava tendo uma
convulsão, em segundos tinha várias pessoas no quarto, minha mãe ficou encurralada,
teve que ir pra dentro do guarda – roupa, O Rodrigo ( fisio respiratório
do hospital) e mais um enfermeiro conseguiram me tirar e colocar na cama, outra
enfermeira tirou minha mãe do guarda roupa e a levou para fora do quarto.
Quando já estava na cama e minha mãe já havia explicado que eu não tive uma
convulsão, ela voltou, me encontrou quase morrendo de rir com as enfermeiras e
ela estava tremendo igual a uma vara
verde.
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