Parte 3 - hospital I
Depois de 18 dias,
sai da UTI, fui para o quarto, o rosto
da enfermeira não me era estranho, parecia que já havia visto antes.
Não lembro de quase
nada desse dia, minha mãe me contou que estavam no quarto me esperando tia
Fátima, Renata, Thaís , Ninfeta,
Rodrigo, Fernanda e ela, que foi a maior festa .
Durante muito tempo, dormia atoa, acho que devia ser pelas
medicações.
Precisei fazer uma
exame no coração, foi em outro hospital, fui transferida para a maca e levada
para a ambulância , não me lembro de nada que aconteceu no caminho , nem da chegada
ao hospital.
Minha mãe não pode
me acompanhar na sala do exame, ficou me esperando na sala de espera ( nervosa
que só).
Quando começou o
exame, a médica me disse que não iria demorar, fez eu engolir um troço branco com um cano.
Aguentei firme, mas
foi horrível. Terminou, quando vi minha mãe, desabei a chorar, ela não
acreditou, estava com a boca toda machucada, disse à ela que tinha doido muito.
Ela foi conversar com a médica, perguntar porque não me sedaram, teve a
resposta, que não podiam me sedar e só. Ela chorou junto comigo, não se
conformava, pois eu não podia me defender nem com um simples movimento. Achou cruel
demais.
Não lembro nem de
chegar ao hospital e ao meu quarto de volta.
Minha boca demorou
bastante pra sarar.
Comecei a ficar
mais acordada, me lembro de ficar assistindo Caldeirão do Hulk, e as
reportagens da morte do Cristiano Araújo que passava o tempo todo.
Meu pai ia todos os
dias me ver, a Rô quase sempre.O Rodrigo também ia bastante. Na maior parte do
tempo, sempre tinha alguém com a minha mãe, Tia Fátima, Renata, Tia Raquel ou
Aline.

A partir daí
comecei a me comunicar, cada vez mais e melhor.
Todo dia uma
enfermeira especializada ia fazer um
curativo na minha cabeça, tinha um corte que eu nem sabia, não doía nada, minha
falou que estava horrível, muito fundo e aberto. Foi do catéter que colocaram
no meu cérebro . Estava com a parte
esquerda de cima da cabeça toda raspada, mas não via também. Não queria ainda
olhar no espelho. ( acho que tinha medo).
Paulinha, aqui é a Tatá. O Mateus também estava no quarto quando você chegou. Foi o dia que te contei que estava grávida :-) Realmente foi uma alegria sem fim poder recebê-la, a sua mãe estava em êxtase com essa sua vitória. Saudades!!! Beijos
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