SONHOS - COMA


Não sei exatamente quanto tempo duraram esses sonhos, mas acredito que deva ter durado todo o tempo que permaneci em coma, como já falei  era tudo muito real, e me lembro claramente de todos eles.

Viajei, na volta estávamos Gu, Aline e eu, o primeiro voo foi cancelado porque estava muito frio e não daria para irmos na asa, no dia seguinte deu certo, voamos. O Gu pegou um monte de comida, estava com medo de passar fome, era a primeira vez que ele voava, o tempo estava fechado, não deu para ver muita coisa, mas foi bem legal.

Fui mandada embora, fingi que morri por conta do dinheiro. Em Ouro Preto tinha uma empresa especializada em matar pessoas, combinei do meu pai ir me buscar. Fiquei na fila, peguei duas gelatinas, uma roxa e uma amarela. Começou  a loucura, havia enfermeira que acompanhava tudo, tinha que ir arrumada, joguei as gelatinas no lixo e fiquei com os copos, fui deitar na maca, ia trocar de lugar com uma moça. Tive meus últimos pedidos atendidos, apagaram a luz pra eu “dormir”, fugi pelo local do lixo, a fuga foi complexa , mas deu certo.

Iria atender um pedido, fingiria de morta para levar uma  encomenda.
Peguei muito trânsito, chovia muito no Rio de Janeiro, estava em um taxi clandestino, alagou tudo. Tinha que tomar uma injeção pra dormir, então fui para uma clínica clandestina o centro do Rio, lá fiz contato com empresas especializadas em fazer pessoas se passarem por mortas, peguei um navio para China, tudo era clandestino, porque para o governo eu tinha morrido, o Rodrigo também foi e me apoiou, também se fingiu de morto.
Fui passar o carnaval em Ouro Preto, Malu morava lá, engraçado que fui de navio, chovia muito, na casa da Malu tinha enfermeira, fui trocar a fralda , acabei ficando presa por causa da chuva e tive que dormir lá. Nunca vi chuva igual. Tinha mais gente lá, não conhecia ninguém, as pessoas iam tomar glicose. Tudo era muito real.

Em uma cidade que não era BH, ia ter uma reunião do VC, fui com a garrafinha, tinha muita pipoca, pra variar, dormi no filme. Quando acordei estava em Cunha com outras pessoas e sentia muito frio, era a casa da tia Cidinha e do tio João, era um galpão cheio de camas e cobertores, alguém distribuía sabonetinhos e shampoos iguais ao de hotel. Ganhei um terreno não sei de quem, nem por que. Fui morar lá, o terreno era irregular, ou melhor uma pirambeira, fiz algumas inspeções. O sonho mudou, não sei o que aconteceu no final.

Fui para o clube com a Renata, ela estava com um quadro de letras , nos divertimos muito, ela não molhou o quadro , disse que eu ia precisar muito. Sonho e realidade se misturavam.
Não sei quem estava comigo, fugimos do hospital, fomos para um lugar onde iam pessoas mortas e pegas pela ambulância, não era necrotério, não estava morta, só fingindo, só minha mãe sabia, todos estavam muitos tristes, mas não podíamos falar nada.

Tinha que instalar uma tv no meu quarto do hospital, eu só queria o Ro, ele veio, só tinha duas paredes que davam certo a que ficava nos meus pés e na minha cabeça. Tinha muita gente no quarto mas não aparecia o rosto,
Sei que muita gente foi me ver e fico muito feliz, mas não lembro de nada, para não mentir, lembro que a Paula Louise me deu um terço.

O período que passei na UTI e os primeiros dias de quarto se apagaram por completo . Mas os sonhos foram preservados em minha memória



Comentários

  1. Boa noite, Paulinha.
    Sou amiga da sua tia Vera, não te conheço, mais admiro muito sua garra e força de vontade, você está nas minhas orações, e sei que Deus está no comando da sua vida.

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  2. Oi Paula! É a Tati , filha da Bê... fico feliz que esteja se recuperando! Não consigo imaginar o que tem passado e espero que melhore cada dia mais! Estarei por aqui acompanhando seu blog e torcendo por você! Grande beijo ;*

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  3. Oi Paula! Sempre lembro de você com muito carinho. Espero e acompanho suas novidades! Um beijo grande!

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