Cadeira de rodas
Minha mãe queria
muito me tirar de dentro de casa, de dentro do quarto, e eu mais ainda, queria sair. Era impossível, não existia a
menor possibilidade.
Chamamos um técnico
da Expansão ( Uma firma especializada em equipamentos para acessibilidade) para
fazer uma cadeira especial para mim, uma cadeira que atendesse as minha
necessidades, depois da visita dele e da cadeira encomendada, ainda ia demorar
muito, uns 3 meses mais ou menos, então
meu pai conseguiu uma cadeira emprestada , a Virgínia fez uma adaptação no acento
e pronto, tinha uma cadeira para passear.
Outro problema,
tudo resolvido e combinado para eu sair, minha mãe achou que dava para descer
com a cadeira na escada, no braço, mas não dava. Tive que esperar a rampa ficar
pronta, demorou mais um tempinho. Queria sair meu Deus!!
A primeira vez que
sai, nem sei explicar o que senti, alegria, tristeza, foi uma mistura de
sentimentos muito grande, mas acho que prevaleceu a alegria, estava viva! E aos
pouquinhos conquistando novamente minha vida. Fui na praça, porque é bem
pertinho daqui de casa.
Saia sempre no
final da tarde e começo da noite, o Rodrigo brincava com a cadeira, soltava na
rampinha, corria, fazia zig-zag, eu gostava e minha mãe ficava doida, ia sempre
uma comitiva, em uma dessas saídas encontrei com a Mari e o Atrasado, foi muito
legal!
Não sei porque
minha mãe só saia comigo nesses horários, acho que era por conta do movimento, tínhamos
que ir pela rua, pois as calçadas, nem pensar!! Acessibilidade zero. Pedi para
ela, “quero sair de dia, quero ver gente”. Comecei a sair de manhã, na hora do
almoço, ia na Riachuelo, nas Americanas, em todas as lojas da praça.
Mas ainda não
estava bom, queria muito ir no supermercado, lá não tinha jeito, muito longe
para ir de cadeira.
A tia Vera,
conseguiu uma Kombi da firma onde ela trabalha (Terwan) emprestada, eles
erguiam a cadeira no braço para colocar dentro da Kombi, era uma farra, mas na
verdade era muito perigoso, o motorista da Kombi, o Gerson, com todo carinho do
mundo fez uma rampa e ainda escreveu “Paulinha
I am Champion”, ele fez questão de vir me buscar, me levar no supermercado e
dirigir minha cadeira, deixo aqui , meu muito obrigada ao Gerson e a Terwan, vocês
fizeram diferença na minha vida.
Sempre que queria passear,
lá ia eu de Kombi emprestada, cadeira emprestada toda feliz pela oportunidade
que as pessoas estavam me dando, quando o Gerson não podia levar, eles
emprestavam a Kombi pro meu Pai, ou pro Flávio, não era por causa de carro que
ia deixar de passear.
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21/11/2105 |
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21/11/2015 |
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21//11/2015 |
Lembra que tinha que abaixar a cabeca pra entrar na kombi?! Um dia meu Pai esqueceu né haha
ResponderExcluirNão era pro Flávio, era pro papai e pra mim.... KKKKKK
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