comunicação

Não era todo mundo que conseguia falar comigo com o quadro de letras, acho que foi a Mariana, resolveu fazer algumas folhas com palavras chaves e colocar na parede, daí  era só eu olhar na direção,  estavam distribuídas na parede em frente a  minha cama: as seguintes palavras:

FRIO – CALOR – DOR - FALAR

Uma preocupação muito grande da minha mãe, e meu medo, era durante a noite, se precisasse de alguma coisa, como faria?

Me lembro de uma noite que minha perna caiu,  ficou pendurada pra fora da cama, e a enfermeira não viu, não conseguia avisar de maneira nenhuma, até que lá pelas 5:30 , ela acordou e veio me olhar, estava chorando, ela saiu correndo e foi chamar a minha mãe. Quando minha mãe chegou, descobriu em 1 minuto o que estava acontecendo, arrumou a minha perna, a dor passou, mas a preocupação aumentou muito.

Como as enfermeiras da noite podiam dormir daquela forma com uma paciente completamente dependente? Minha mãe estava surtando..

Conversando com a Virgínia, ela deu a ideia de amarrar algo na minha cabeça para poder tocar um sino, uma vez que já tinha movimento de cabeça, o sino não deu certo, mas um mensageiro do vento, deu.

Com ele amarrado no meu cabelo , conseguíamos dormir mais tranquilas, qualquer coisa que precisasse , tocava e as enfermeiras acordavam e vinham me socorrer, ( as vezes demoravam um pouquinho pra acordar). Fazer oque ne?

Só não usava  a “campanhia noturna” quando minha mãe dormia comigo, ela ficava de mão dada comigo a noite toda, se eu precisasse mexia um pouquinho o dedão e ela já acordava, na verdade acho que nem dormia direito,

  Tivemos que aprender muitas coisas, adaptar outras tantas...a mudança de vida foi muito grande, ainda estamos aprendendo muito, aprendendo também que as coisas acontecem a seu tempo, que são muito devagar e que temos que aumentar a paciência a cada dia.






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