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Mostrando postagens de janeiro, 2018
HOSPITAL VIII Estávamos esperando a resposta da Unimed para virmos embora, minha mãe tinha pedido pro meu pai e a Fernanda falarem com um neurologista aqui de Guará, o Dr Luis não queria me dar alta sem que ele falasse com o médico que iria me acompanhar . Minha mãe mandou as fotos dos meus exames, depois de conversarem, ele disse para os dois, que era pra eu sair de lá e vir direto para o hospital aqui em Guará, que a equipe dele queria me conhecer. Minha mãe não gostou, muito menos eu, estava cansada de hospital, queria minha casa. Fiquei bem deprimida, e só queria dormir, foi uma paulada, não acreditava que teria que passar mais um tempo dentro de um hospital. Mas o neurologista daqui não ligou para o neurologista de lá, que também não estava concordando com essa ideia, dizia se eu estava tendo alta, era porque estava tendo, e não precisava de hospital. Minha mãe, graças a Deus,  concordava com ele, então passamos só a esperar o resultado do home care. O Dr. Luis ...
Hospital VII Estava se aproximando o dia da alta, precisávamos de um fisioterapeuta neuro aqui em Guará, começamos a pesquisa. A Renata minha prima, fez contato com a Ana Claudia, a fisio que o Tiago nos recomendou, ela atendeu de pronto nosso pedido e foi até Resende para me conhecer e conversar com o Nícolas. No dia que ela foi, ele  resolveu me colocar de bruço,  perguntou se eu confiava nele, disse que não era para eu ficar com medo que ele não deixaria eu  sufocar. Lembro que fiz muita força, chorei um pouco, dei o melhor de mim, consegui virar a cabeça ( só Deus sabe a força que fiz), meu pai, minha mãe, tia Fátima  e a Ana estavam lá. Foi a primeira vez que consegui mover o pescoço, a emoção foi muito grande. Todo mundo  chorou, até a Ana, lembra disso Ana? Quando a fisio acabou a Ana saiu com o Nícolas, eles conversaram e ela voltou dizendo que seria minha fisio.  Estamos trabalhando juntas até hoje, já temos uma relação muito maior...
HOSPITAL VI As sessões de fisioterapia continuavam, agora não estava mais com o cano no nariz, estava com um no estômago,  também atrapalhava, mas menos, eles tinham que tomar muito cuidado para não puxar aquilo, fazia limpeza todos os dias com soro, minha mãe conta que melava, saia uma água meio avermelhada, ela ficava bem nervosa, com medo daquele troço inflamar. Nossa! estava esquecendo de falar, que também já tinha tirado a tráqueo, para alegria de todos, principalmente da minha mãe, que não queria me trazer pra casa com aquilo de jeito nenhum. Dr. Luiz (neurologista) e Rodrigo (fisioterapeuta respiratório), entram de manhã no quarto para dizer que iam retirar a tráqueo, ficamos muito felizes, pois até uns dias antes disseram para minha mãe que não iriam tirar, que era muito pior ter que aspirar pela boca, que eu ainda não tinha força para tossir, então era muito perigoso. Conta a minha mãe, que ela rezou muito, e pediu para Deus lhe dar um sinal, que permitisse que ...
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HOSPITAL - V O tempo no hospital parecia interminável, estava me recuperando bem , diziam os médicos, tinha  uma febre que ia e vinha, isso deixava minha mãe bem chateada. Depois do tombo da cadeira, minha mãe não deixou mais me colocarem na cadeira de banho, passei a tomar banho na cama, as enfermeiras jogavam bastante água, não era banho de gato não. Sentia falta da água do chuveiro caindo em mim. Tinha uma espasticidade muito grande ( pernas e braços esticados e muito duros, difícil de dobrar, meus  familiares tiveram que aprender como fazer para dobrar, comecei a tomar Baclofeno em uma dose bem alta, (um relaxante muscular que age neurologicamente. Nesta fase estava “desacelebrada” quando o celebro não tem comunicação nenhuma com a medula, por isso a espasticidade. Minha mãe vivia correndo atrás da fono, pois estava demorando muito para começar a fazer o tratamento. Não conseguia abrir a boca voluntariamente, e também não controlava a mordida. Estava com m...
HOSPITAL -  IV Era muito complicado fazer a fisioterapia com aquela sonda enfiada no nariz, pois não é que um dia no meio da sessão, sem querer,  é lógico, o Nícolas  arrancou a sonda, minha mãe foi falar com a enfermeira, disseram que eu iria colocar a GTT (sonda gástrica, aquela que fazem um furo na barriga e a sonda entra direto no estômago) no dia seguinte, então fiquei sem “comer ou beber” até a manhã seguinte. Me lembro de ir colocar a GTT, na sala do médico colocaram algo na minha veia, dormi, acordei no quarto sei lá quanto tempo depois, nos primeiros dias tomava analgésico , doía bastante aquele furo, depois passou, nem sentia. Sem a sonda do nariz e podendo “comer” a Aline minha prima me perguntou se eu confiava nela pra ela fazer a minha dieta, que pergunta né? Um fato bem engraçado , e esse eu me lembro muito bem, foi um dia que me levaram pro banho, minha mãe sempre ia junto, ela ficava segurando minha cabeça, e cuidando pra não entrar água ...
HOSPITAL – III Como já mencionei comecei bem cedo a fisioterapia, não segurava nem a cabeça e tinha o olhar bem perdido. Com o passar  dos dias fui ficando mais lúcida, conseguindo fixar mais o olhar ,  entender melhor as coisas, e consequentemente me lembrar de mais  fatos do que dos  primeiros dias. Sorte que minha mãe filmou  algumas sessões de fisío, e por conta disso consigo perceber  como eu estava e o quanto já melhorei.      olha o corte na minha cabeça, e eu nem sentia....
SONHOS – Parte II           Estava internada no mesmo hospital que a Fernanda ( minha cunhada) ela tinha tido um    bebê prematuro, era um menino, mas eu não podia visitá-lo, o bebê morreu, ficamos muito  tristes, não teve enterro.         Ia fazer um cruzeiro, era mais barato embarcar em Resende, lá tinha um porto cheio de      gente com boia colorida, eu iria viajar no ligar da minha vó.( um dia antes do AVC,  combinei  com  a minha mãe de fazermos um cruzeiro junto com os meninos.)        Tinha uma reunião importante na BIOS( firma onde trabalhei), estavam lá Lujan, Nil,  Paulo  e Marcela, a reunião era   num container no estacionamento do aeroporto de  Salvador.  No carnaval tinha várias enfermeiras caso alguém passasse mal, no intervalo da  reunião  íamos no show da Ivete Sangalo. Haviam pelo menos 3 enf...
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Hospital II Quando ainda estava na UTI, dormia quase o tempo todo. Não controlava, nem sabia o que estava acontecendo, para mim,  era mais um sonho, tenho vaga lembrança de ter ido fazer uma ressonância, mas não sei onde nem como. Me lembro bem da minha mãe me dizendo que eu tive um AVC, e que tudo que eu precisasse eu iria ter. Não sai ´mais para fazer exames. A maior parte das coisas que aconteceram enquanto estava na UTI, não consigo  me lembrar. De volta ao quarto... Recebia muitas visitas, o que me deixava muito feliz, como já falei, com o tempo conseguia ficar mais acordada, minhas primas ficavam bastante comigo, tia Fátima também, ela colocava bastante música para mim. A Mari me deu um pinguim rosa, demos o nome de Mari, era com ele que eu fazia a fisioterapia: Não sei quando comecei a fazer as sessões de fisio com o  Nícolas,e nem quantas vezes por semana, só sei que era no final do dia. Eu seguia a “Mari com os olhos” , minha mãe fala que eu tinh...
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Parte 3 - hospital  I Depois de 18 dias, sai da UTI, fui  para o quarto, o rosto da enfermeira não me era estranho, parecia que já havia visto antes. Não lembro de quase nada desse dia, minha mãe me contou que estavam no quarto me esperando tia Fátima, Renata, Thaís ,  Ninfeta, Rodrigo, Fernanda e ela, que foi a maior festa . Durante muito  tempo, dormia atoa, acho que devia ser pelas medicações. Precisei fazer uma exame no coração, foi em outro hospital, fui transferida para a maca e levada para a ambulância , não me lembro de nada que aconteceu no caminho , nem da chegada ao hospital. Minha mãe não pode me acompanhar na sala do exame, ficou me esperando na sala de espera ( nervosa que só). Quando começou o exame, a médica me disse que não iria demorar, fez  eu engolir um troço branco com um cano. Aguentei firme, mas foi horrível. Terminou, quando vi minha mãe, desabei a chorar, ela não acreditou, estava com a boca toda machucada, disse à e...
SONHOS - COMA Não sei exatamente quanto tempo duraram esses sonhos, mas acredito que deva ter durado todo o tempo que permaneci em coma, como já falei  era tudo muito real, e me lembro claramente de todos eles. Viajei, na volta estávamos Gu, Aline e eu, o primeiro voo foi cancelado porque estava muito frio e não daria para irmos na asa, no dia seguinte deu certo, voamos. O Gu pegou um monte de comida, estava com medo de passar fome, era a primeira vez que ele voava, o tempo estava fechado, não deu para ver muita coisa, mas foi bem legal. Fui mandada embora, fingi que morri por conta do dinheiro. Em Ouro Preto tinha uma empresa especializada em matar pessoas, combinei do meu pai ir me buscar. Fiquei na fila, peguei duas gelatinas, uma roxa e uma amarela. Começou  a loucura, havia enfermeira que acompanhava tudo, tinha que ir arrumada, joguei as gelatinas no lixo e fiquei com os copos, fui deitar na maca, ia trocar de lugar com uma moça. Tive meus últimos pedido...
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      Faz algum tempo que queria compartilhar o que aconteceu, o que lembro e o que me contaram; Inacreditavelmente aos 29 anos, sem nunca ter tido nenhum problema de pressão alta, muito pelo contrário, minha pressão é baixa, sem nunca ter apresentado nenhum outro sintoma que desse indicio que poderia sofrer um AVC. Pois é, sofri um AVC isquêmico no tronco cerebral, no dia 12 de maio de 2015. Hoje , tenho um programa completo de reabilitação, e   com um programa especial consigo digitar , e me comunicar. Parte 1. INÍCIO DO PESADELO Passei o dia normal, estava a trabalho no Rio de Janeiro, deixei para comer em casa. Subi a serra das Araras bem. passei mal, quando acabamos de subir , achei que fosse  por conta da serra mesmo. Achei estranho, pois nunca passava mal em viagens , pedi pra parar o carro, vomitei algumas vezes. Deitei no carro. O motorista parou em algum lugar, uma mulher me fez algumas perguntas, mas não consegui responder, ela di...